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Gagueira pode ser reduzida com ajuda de tratamentos

 

DA REDAÇÃO CLICK21 - Um rei gago. Este é o mote do filme "O Discurso do Rei", que mostra técnicas para que o monarca inglês George 6º conseguisse se livrar de sua dificuldade na fala. A estreia do longa jogou luz sobre a gagueira, muitas vezes considerada por programas de humor e novelas como algo cômico. Personagens famosos como Tonho da Lua, interpretado por Marcos Frota na novela "Mulheres de Areia", ou Dirceu Borboleta, de Emiliano Queiroz, em "O Bem Amado" tinham a disfluência. Com toda esta discussão, muitos se perguntam: como a gagueira se desenvolve?

É fácil notar que enquanto cantam as pessoas com a dificuldade não gaguejam. Segundo a fonoaudióloga Clara Rocha, do Grupo Microsom, isto ocorre porque o canto tem pistas. "O canto é processado de forma diferente pelo cérebro e por ter pistas externas, como o ritmo, melodia e a letra, auxiliam o cérebro durante a fluência", afirma Clara. Além disso, a pessoa não gagueja porque aciona partes do cérebro diferentes das usadas durante a fala.

Clara explica que a gagueira é um distúrbio que tem a causa mais provável um problema neurológico representado pela dificuldade do cérebro em sinalizar o término de um som ou sílaba, o que a impede de prosseguir com o restante da palavra normalmente, sendo por meio de bloqueios, prolongamentos ou repetições. A disfluência é potencializada por herança genética (55% dos casos registrados) ou lesões cerebrais (45%), como nos casos de AVC ou traumatismos.

Fatores sociais também podem influenciar na gagueira, como em casos de momentos de tensão, quando até pessoas sem a dificuldade na fala podem apresentar a disfluência. Mas a causa ainda não foi totalmente desvendada e inúmeros estudos são feitos para tentar descobrir o motivador da gagueira.

Segundo o Instituto Brasileiro de Fluência (IBF), há no Brasil 1,9 milhão de pessoas com gagueira, ou seja, 1% da população, mas ainda há mais de mais de 9 milhões de pessoas passando por um período de gagueira, ou seja, 5% dos brasileiros. 

A gagueira surge na infância, entre as idades de 2 a 6 anos e é muito importante que os pais e professores fiquem atentos para a dificuldade e o período de duração, pois após seis meses, em média, é indicado levar a criança para uma avaliação médica. Além disso, se houver o diagnóstico da dificuldade na fala, os pais devem aceitar o filho e não repreendê-lo, mandando-o calar a boca ou falar mais depressa, pois isto irá aumentar a pressão e fazê-lo se sentir inferior.

Ao ser diagnosticada, a pessoa com gagueira deve iniciar o tratamento imediatamente. "Quanto antes buscar o tratamento com fonoaudiólogos, melhor é o resultado", afirma Clara. A fonoaudióloga ainda explica que não há prazo para o fim do tratamento, já que tudo irá depender do grau de dificuldade da fala e do caso. "Alguns pacientes conseguem receber alta em até um ano, mas vai depender de como está a fluência da pessoa", explica Clara.

No caso das crianças, a gagueira pode não ser permanente, por isso o fonoaudiólogo irá analisar se há riscos de a disfluência se tornar crônica. Se a resposta for não, os pais e professores podem fazer um acompanhamento mensal para observar a evolução ou recuperação no quadro. Já se o risco for alto, o tratamento pode ser iniciado imediatamente.

Mesmo com os tratamentos, ainda não foi descoberta a cura para a gagueira, apenas a diminuição significativa do distúrbio. No filme "O Discurso do Rei" há tratamentos excêntricos, como o uso de bolinhas de gude colocadas na boca e que prometiam a cura total do paciente, o que é um engano. Portanto, ao procurar ajuda na melhora do distúrbio, o indicado é buscar por fonoaudiólogos especializados, que por meios de diferentes linhas de tratamento, procuram diminuir os sintomas. 

Além dos tratamentos convencionais com a ajuda de um fonoaudiólogo, a tecnologia foi incorporada na melhora da fluência. A ferramenta "SpeechEasy", comercializada no Brasil pelo Grupo Microsom, é um dispositivo portátil usado na orelha, mas não é um aparelho auditivo. Personalizado para cada usuário, ele multiplica o sinal da voz e faz o retorno auditivo ter um atraso, além da alteração na frequência da voz. 

"O aparelho faz com que o usuário ouça sua voz como se estivesse conversando com outra pessoa. É o efeito coro, que ajuda a reduzir a gagueira", explica Clara. Como a pessoa ouve sua voz com um tom diferente e com um leve atraso, faz com que o cérebro pense que está falando com alguém, já que quem tem gagueira afirma que durante uma leitura ou conversa com outras pessoas gagueja menos.

Mas o Speecheasy não é indicado para todas as pessoas. Crianças com menos de 10 anos e pessoas com problemas auditivos não são indicadas para fazer uso do dispositivo, pois é necessário prestar atenção no retorno da voz para que o aparelho tenha resultado. Além disso, não são todas as pessoas com gagueira indicadas para o uso, por isso somente o fonoaudiólogo que acompanha o paciente pode indicar o tratamento. 

O valor do Speecheasy é de R$ 9.900 e pode ser parcelado em até 10 vezes. Para mais informações sobre o aparelho, acesse o site do Grupo Microsom .

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